quarta-feira, 28 de março de 2018

Assassino Confesso

Estávamos eu e ela a andar e conversar amenidades pela rua da Lapa. Sinceramente não lembro o assunto. E mesmo que qualquer o fosse, perdera-se, diante de fato tão inusitado, que nos chamou a atenção de forma isolada, como a estar ali perto, porém longe um do outro, mas em conexão com o estranhamento ao ouvir a conversa de dois, a nós estranhos, que nos revelava, a nós dois, desconhecidos dos mesmos, como simples transeuntes que, naquele momento, ali passávamos em busca de um primeiro gole. Eis que, sem pretensão, no nosso caminhar desatento e descompromissado, atentamos pelo absurdo do fato descobrirmos que ali, na fila da comida vespertina , encontrava-se o assassino confesso de um crime que desconheciamos. Mas a nós, não sei porque cargas dágua, foi revelado que um daqueles dois foi o autor de tal ato, o qual saberíamos do culpado, mas nunca saberemos quem foi a vítima. Seguimos, meio que incrédulos e atônitos para depois , cúmplices que somos, nos perguntarmos instantes depois da fila da fome, se o outro havia ouvido tamanho e escabroso acontecimento, como se o modo como se matou a vítima desconhecida , fora um tanto quanto cruel, descrito pelo próprio autor, que ali, inesperadamente nos foi revelado. Seguimos, eu e ela , pelas ruas da Lapa, rumo ao Virtual, em busca de um gole que nos levasse entender o real. A vítima, não sei. Mas que matou, isso matou.

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